quinta-feira, 14 de abril de 2011

Oitavas de Final: Agora que a Copa começou!


Dias antes de iniciar a Copa do Mundo de Futebol, a euforia em acompanhar os jogos tomou proporções gigantescas no Brasil. Muitas vezes sem pensar, brasileiros falavam desenfreadamente dos jogos que seriam realizados. Nos palpites e bolões o que mais se via eram resultados otimistas de goleadas e mais goleadas. O povo realmente estava empolgado!
A euforia de alguns se tornou decepção ao deparar com jogos como Argélia x Eslovênia, que foram recheados do mais puro desentrosamento e falta de qualidade técnica das equipes. Os jogos sem times de expressão e sem emoção é o primeiro fator que defendo que a Copa do Mundo só começa realmente nas oitavas de final.
O segundo fator que destaco é frequentemente usado pelo narrador global, Galvão Bueno: “Não existe mais bobo no futebol não!” – Esta expressão é uma realidade hoje no futebol e esta Copa do Mundo comprova isso com números. Ninguém imaginaria finais de jogos como México 2×0 França, Inglaterra 0×0 Argélia, Alemanha 0×1 Sérvia, Itália 1×1 Nova Zelândia, Itália 2×3 Eslováquia e Suíça 1×0 Espanha. Todos esses resultados refletem uma inteligência defensiva no futebol, popularizando o termo, uma retranca.
Algumas equipes mais fracas e limitadas tecnicamente jogaram de maneira inteligente ao enfrentar as chamadas “grandes” seleções. Com um sistema defensivo bem postado, limitaram suas pequenas criatividades explorando os contra-ataques em busca de um único gol que lhes renderia, em alguns casos, a vitória. Com o dever do futebol bonito e ofensivo, equipes como França, Itália, Alemanha e a favoritíssima Espanha, caíram nessa armadilha. Se jogaram ao ataque e sofreram o golpe, que lhes renderam desconfiança por parte da torcida. Pior para Itália e França que deram o adeus à África do Sul prematuramente.
Só para não passar “em branco”, o Brasil também sofreu com essa retranca. No jogo contra a Coréia do Norte nos deparamos com uma equipe totalmente defensiva. O que nos deu aquela magra vitória por 2×1 foi o gol “achado” do Maicon, num chute certeiro de um local sem ângulo, surpreendendo a todos, até mesmo ao goleiro norte-coreano.
Me lembro que depois daquele jogo, muitos criticaram a Seleção Brasileira. A desconfiança pairou sobre os convocados do Dunga, reflexo da má aplicação da equipe no jogo. Eu estava tranqüilo, sabia que aquilo era normal, quem acompanha futebol europeu sabe que a retranca está na moda e o que mais veríamos na primeira fase da Copa do Mundo seria isso. Bom para o Brasil que mesmo enfrentando uma boa defesa oriental, venceu. Ruim para os italianos e franceses que mesmo sendo europeus não perceberam essa nova tendência.
Só para confirmar minha afirmação de que a Copa do Mundo só começa nas oitavas de final, quem acompanhou todos os jogos dessa fase com certeza tem dúvidas ao tentar nomear qual jogo realizado até agora foi o melhor. Todos, sem exceção foram ótimos. Vou destacar o jogo entre EUA e Gana, o primeiro a ter prorrogação. Foi um lindo jogo, com emoção até o final. Gana foi eficiente. Os EUA foram guerreiros, lutaram até o final e mostraram uma evolução técnica no futebol que deixa o mundo de olhos abertos: eles estão se apaixonando por esta modalidade. Um jogo fantástico de seleções não badaladas, mas que apresentaram um belo futebol e que perceberam que agora todos têm a obrigação de vencer.

É exatamente a obrigação de vencer que transforma os jogos da fase mata-mata em mais emocionantes e belos. A retranca dá adeus e o que nos sobra é a alegria de comemorar os gols e sofrer até o apito final do árbitro, quando determinará se continuaremos ou retornaremos ao nosso país.
Boa sorte ao Brasil! Rumo ao hexa! Eu acredito!

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